Presidente da CPI do BNDES, Vanderlei Macris, do PSDB de São Paulo, destaca os andamentos da comissão, responsável por investigar operações realizadas pelo banco público durante os anos de 2003 a 2015. O parlamentar informa que investimentos em 14 países estão na mira da CPI.
Vanderlei Macris afirma que uma das manobras do BNDES para aprovar os empréstimos consistia em “maquiar” o risco de investimentos dos países beneficiados, de forma a transformá-los, pelo menos no papel, em locais seguros para receber empréstimos bilionários, causando prejuízos aos cofres públicos.
Vanderlei Macris: Descobrimos que países sem garantia para contratos, como a Venezuela, por exemplo, tiveram seu nível de risco, risco 7, o pior do mundo, transformado e modificado para risco 1, como se fosse igual a Estados Unidos e Canadá. Isso foi uma decisão de governo, tomada para sair de risco 7, um país incapaz de pagar o financiamento, para risco 1, uma modificação burocrática para permitir aumentar o volume de financiamento, diminuir a taxa de juros e depois deixa de pagar os empréstimos, como está acontecendo com Venezuela, Moçambique e também Cuba. Nós descobrimos que países sem garantias totalizam, hoje, dois bilhões de prejuízos de pagamentos que estão atrasados.
Vanderlei Macris defende ainda a prorrogação dos trabalhos da CPI do BNDES para aprofundar as investigações.
Vice-presidente da CPI do BNDES, Sanderson, do PSL gaúcho, pede apoio do Plenário para que seja aprovada a prorrogação dos trabalhos da comissão por mais 60 dias. O parlamentar explica que o colegiado está ouvindo testemunhas, mas precisa analisar mais dados para produzir provas materiais e objetivas.
Para isso, Sanderson explica que a CPI do BNDES pediu a quebra de sigilo telefônico e bancário de pessoas suspeitas de estarem envolvidas na concessão de empréstimos irregulares e precisa de mais tempo para a análise dessas informações.
Fonte: A VOZ DO BRASIL
18/06/2019 20h00
Da Rádio Câmara, de Brasília, Sílvia Mugnatto.